
Cine IDEA : “Lanternas Vermelhas” com Maria Gouveia
sábado, 26 de julho de 2025
19:00
Cinema
Cine IDEA – Sessão Comentada “Lanternas Vermelhas” (Zhang Yimou)
Comentário: Maria Gouveia
Sábado, 26 de julho, 16 h
Centro Cultural IDEA – Rua Bernardo Guimarães, 1200, Funcionários – Belo Horizonte (próximo à Praça da Liberdade)
Ingressos: R$ 70 · Classificação: 14 anos
China, 1920. A jovem Songlian torna-se a quarta esposa de um senhor feudal e descobre que cada lanterna vermelha acesa no pátio indica quem gozará de privilégios naquela noite. De forma hipnótica, Zhang Yimou expõe a lógica patriarcal que transforma desejo em arma política, tecendo um drama visual onde o vermelho alterna sedução e confinamento.
Após a exibição, Maria Gouveia — filósofa, professora e pesquisadora há mais de 30 anos — analisa o filme como ritual de poder: o cromatismo rigoroso, os jogos de sombra e o espaço arquitetônico que aprisiona corpo e voz. Discípula de Ariano Suassuna e aluna de Paulo Freire, autora de O Palácio como Símbolo da Cidade e O Cemitério do Bonfim, Maria atua no IDEA desde 2017, sempre cruzando estética, memória e crítica social. Sua leitura provoca: até que ponto tradições que acolhem também asfixiam? E onde, entre seda e tijolos, ainda pulsa liberdade?

Maria Gouveia
Maria de Lourdes Caldas Gouveia nasceu em Garanhuns, interior de Pernambuco, e encontrou em Belo Horizonte o terreno fértil para semear saberes. Filósofa, educadora e escritora, formou-se em Pedagogia pela PUC Minas, fez mestrado em Educação pela UFRJ e doutorou-se em Filosofia na Universidad Complutense de Madrid. Durante mais de quarenta anos de docência universitária, ensinou que pensamento crítico só floresce quando alimentado pela sensibilidade.
Nos livros da série A Matéria da Memória — e em cada aula no programa “Cinema Comentado” do Centro Cultural IDEA — ela devolve à cidade suas histórias invisíveis, entrelaçando teoria e afeto. Sua pesquisa sobre memória urbana inspira educadores e cidadãos a reconhecer, preservar e reinventar os espaços que habitam. Com palavra generosa e rigor intelectual, Maria Gouveia prova que educar é ampliar horizontes: quem atravessa sua sala de aula sai com novas maneiras de enxergar o mundo e, sobretudo, de transformá-lo.